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12 de julho de 2012

A razão de ser belo


Já foi tema de várias redações (inclusive a que fiz hoje na escola), é motivo de reclamações de muitos nutricionistas e profissionais de saúde e é motivo de alegria de vários administradores de academia, farmacêuticos e cirurgiões plásticos. Sim, o "culto ao corpo ideal".

Quero primeiramente falar que A CULPA NÃO É DA MÍDIA. Tudo bem que em todas as propagandas as mulheres são magérrimas e têm cabelos longos, brilhantes e sedosos. Tudo bem que nas novelas e seriados as mulheres sempre têm o corpo perfeito, malhado na medida certa e sem gorduras extras, a pele sem espinhas e sem rugas, o nariz arrebitadinho, o bronzeado certo e o cabelo na cor certa e no corte certo. Mas foi a mídia que trouxe isso para a opinião pessoal ou foi a opinião pessoal que transcreveu esse padrão para a mídia?

É comprovado cientificamente que existem padrões de beleza que agradam a quase todos, como olhos grandes, cabelos brilhantes, quadris largos, etc. E esses padrões se encaixam na nossa vida também. Nós mesmos precisamos nos sentir bonitos para termos uma auto-estima elevada e para nos sentirmos bem com quem somos, e até mesmo para nos expressar. Em qualquer relação social, a nossa aparência vai contribuir para aquela pessoa nos achar interessantes (afinal, ninguém, por mais bondoso e mente aberta que seja, seria amigo de uma pessoa extremamente feia ao nosso gosto, culpa das reações químicas do nosso cérebro!). Até mesmo nas relações de trabalho a beleza é levada muito em conta, pois ajuda a obter emprego e ganhar aumentos e promoções. Parece mentira, mas é verdade: são atos inconscientes.

Todos nós temos o direito de nos acharmos bonitos e devemos fazer o que achamos melhor para chegar a esse objetivo. Não tem NADA de errado em querer emagrecer, NADA de errado em mudar a cor do cabelo, NADA de errado em não gostar do nariz e das orelhas e NADA de errado em querer aumentar a tonicidade muscular, entre outros. O problema, na verdade, são as medidas tomadas para isso. Pessoas desesperadas por emagrecer adquirem diversas consequências na saúde por fazerem dietas radicais sem prescrição médica e pílulas pesadas para a perda de peso. Mulheres que querem mudar a cor dos cabelos, principalmente as com menos recursos fincanceiros, acabam por escolher marcas de tinta ruins e cabeleireiros inexperientes, tendo como resultado queda excessiva dos cabelos. Adolescentes insatisfeitas com a imagem recorrem a cirurgias plásticas desnecessárias e extremamente perigosas quando seu verdadeiro problema não é a aparência, mas sim algum fator externo que a leva a detestar a própria imagem (problema que seria resolvido apenas com terapia). Homens que se sentem inferiores em relação à sua tonicidade muscular tomam excesso de hormônio - novamente, sem qualquer prescrição médica - gerando diversos problemas hormonais e cardíacos.

Todos devem ter o direito de ter a imagem que preferirem e modificarem o quanto quiserem para tal fim. Porém, mais importante, todos devem estar conscientes do que estão fazendo e ter acompanhamento e aprovação de especialistas. Acontece que nem todos têm acesso a essas informações e acabam por fazer coisas perigosas por conta própria. Aí, sim, a mídia é a culpada, mas não a TV: a culpa é dos sites e revistas que anunciam em letras garrafais

COMO PERDER 70KG EM UM MÊS COM A DIETA DA CHAVE DE FENDA ENFERRUJADA
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CABELOS CRESPOS 100% LISOS E MACIOS COM A ESCOVA DE FORMOLAMÔNIA


Portanto, esse tipo de estímulo deveria ser superproibido. Ilude e influencia as pessoas mais ignorantes a estragarem o corpo. Ao serem influenciadas, essas pessoas não estão fazendo aquilo para se manterem saudáveis e felizes, mas o fazem porque acreditam em milagres. Como não pode haver um controle médico da situação, qualquer tipo de meio de comunicação estimulando práticas com grande chance de risco à saúde, com alerta e opinião médica nula ou extremamente minimizada, deveria ser proibido e devidamente denunciado. A procura, então, seria bem menor.

Porém, antes de mudarmos qualquer coisa em nosso corpo, devemos pensar nas razões que nos fazem querer mudar, ou seja, se elas são apenas estéticas e profissionais ou se têm grande influência emocional ou social.

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