Muito Mais

2 de fevereiro de 2013

Encontros imaginários

 Alguém reclamou do vapor que já começava a sair pela porta do banheiro. Desliguei a água quente e senti um jato congelante de água gelada cair em mim por poucos segundos, até desligá-la rapidamente.
Não era possível enxergar coisa alguma no espelho. Tentei limpar com a toalha, mas logo voltava a embaçar Joguei os cabelos para trás. Tento fazer um daqueles turbantes com a toalha, que sempre gostei. Mas, como sempre, nunca consegui fazer e fracassei de novo. Desisti e comecei a secar as costas.
Nunca me senti confortável em ver meu corpo depois do banho. Sempre fico contando os defeitinhos, um pedaço da perna mal depilado, uma manchinha na pele aqui e ali, uma marca torta de biquíni, uma celulitezinha. Sem falar nos defeitos que já sei de cor, como a barriguinha protuberante de 3 meses de almoços semanais no Mc Donald's e os ombros exageradamente largos.
Tento ignorar essas coisas, pensar que sou uma diva. Acabo de sair de um banho quente da minha hidromassagem, e estou me secando e passando óleos para logo depois receber uma massagem com músicas relaxantes ao fundo. Mas eu saio do banheiro e nem o hidratante vagabundo que eu comprei me faz sentir uma diva ou qualquer coisa assim. Pressinto que ele me deixará cheia de espinhas para eu contar nos próximos banhos e jogo-o fora sem piedade, pois ele é um atestado contra a minha auto-estima. Banhos são, em geral, um atestado contra a minha auto-estima. Não há um banho que eu tome no qual eu não pense "que bela porcariazinha que é o meu corpo". Isso poderia me ajudar a não tomar banho. Mas além de ser uma porcariazinha naturalmente, eu seria encardida. Mas me lembraria desses fatos ruins menos vezes. O que é melhor? Que indagação preocupante. Em vez de ficar olhando melancolicamente para a nova celulite que ganhei no bumbum, trato logo de colocar uma roupa.
Dilema de mulher: não tenho nada pra vestir. Tenho o armário cheio e nada pra vestir. E olha que não sou dessas pessoas que fazem compras impulsivas. Na verdade odeio comprar roupa, porque tenho a maior preguiça de experimentá-las. Penso que é melhor deixar isso pra lá e botar logo um vestido qualquer. Será que vestido laranja serve? Serve, qualquer coisa serve. E que sapato eu ponho? Preto, preto combina com tudo. Mas o único sapato preto que eu tenho não tem salto... mas dane-se.
Mexo desinteressada na caixa de maquiagem, pego a primeira cor de batom que vejo pela frente. Passo sem medo de borrar. Consequentemente acabo borrando. O mesmo acontece com o rímel. Sou obrigada a tirar. Penso um pouco se realmente devo sair, pego a bolsa e finalmente saio antes de qualquer hesitação.
Qualquer espelho ou vidro que eu passe na frente parece uma denúncia, uma luz piscante. Parece aqueles senhores que falam com você na rua no meio do nada só pra avisar que seu cadarço está desamarrado. Mas, desta vez, o senhor aponta e diz: "com licença, menina, só para avisar que você está gorda. E feia também". No entanto, eu nunca amarro o cadarço quando o senhor me avisa. Por que eu ligaria se fosse qualquer outra coisa?
Há tempos venho sonhando com príncipe encantado de filme norte-americano, aqueles gatos morenos e sarados que sem querer esbarram em você na rua, pedem desculpas, puxam assunto, trocam telefone e no fim do filme acaba beijando a mocinha. Se alguém esbarra em mim no meio da rua, no máximo pede desculpas e sai andando sem nem olhar para a minha cara. E nunca é um gato moreno e sarado, normalmente é um velhinho ou uma senhora gorda cheia de sacolas.
Na verdade, filmes norte-americanos me enganaram em muita coisa. Lá, as pessoas que entram no ensino médio tem cara de adultas, as garotas populares só têm no máximo umas 4 amigas e mesmo assim todo mundo as admira e no fim do ano sempre tem um baile da escola onde todo mundo fica feliz e o casal finalmente se beija. É muita desilusão para uma garota só.
Minha mãe me liga assim que saio do prédio: "volte às onze, filha, amanhã você precisa acordar cedo". São sete horas. Mãe, tenho certeza que vou ser dispensada antes disso.
Fico no restaurante e espero até as 8 horas. Nenhum gato moreno e sarado pergunta por que estou lá sozinha. Nenhum loiro simpático diz que ele é um canalha por me deixar esperando. Às 9 horas, vou embora, não muito surpresa. Eu nem coloquei um sapato de salto. Eu nem esperava encontrar uma pessoa que existe.
Minha mãe pergunta por que voltei cedo. "Os homens de hoje em dia não são cavalheiros".

Um comentário:

  1. Antes de ler o post, antes de respirar, antes de ter temnpo rpa falr algo eu preciso falar isso; QUERO TE MATAR , GAROTA!! Ficou maluca?? ei to hiper mega ultra chatiada ór ter mudado o nome e o jeitinho de lá, tão vintage e fofo, fora q combinava super com os posts e blogs e tudo o mauis, vou chorar perai : BUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUÁAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA ESSA MENINA ENLOUQUECEUU!!1
    qdo vi um commet q me chamou d sa, eu ja pensei opaaa essa epssoa me conheçe, ai qdo vi q era vc num sabia se chorava ou ritava, na duvida vim aqui te diser q perdi os cjhão por alguns segundos.
    fia de Deus! pq fez isso??? enloouquceu?? ok, to dando uma zarpada por aqui e é ficou legalsinhoo, mas ainda tro com sdd do outro0. Desculpa esta r neurotica é q eu e meu namorado estamos um horror e ele disse q ia ligar e num ligou e nem temos tmepo prqa se falar porque temos q estudar pro vestibular., bom ta esfriando mto e eu acho q vai acabar td mas enfim to mal mas to d pe, eu sei q ele vai falar q ligou porq tinha q estudar e eu tbm tenho q frazer iso entao eu entendo mas msm asism foco hhiper chatiada. beijão!!! sucesso enssa nova fase, vou vir aqui´lóogico q sempre néh:? sem comentarios qto a isso hahahah
    lamourmonage.blogspot.com

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