Muito Mais

31 de julho de 2012

Adote.





Na parte mais rica da cidade, havia uma moça que desejava ter um filho. Do outro lado da cidade, na parte mais pobre, havia uma criança que desejava ter uma mãe.
Essa moça tinha longos cabelos castanhos e ondulados e olhos azuis. A criança tinha a pele negra e os cabelos curtos e crespos.
Toda noite, antes de dormir, a moça chorava porque não conseguia engravidar. Toda noite, antes de dormir, a criança chorava porque não encontrava uma mãe.

Um dia, o marido da moça conversou com ela sobre o futuro filho. Disse que, na idade dela, era difícil e arriscado engravidar. E os dois começaram a pensar na possibilidade de adotar uma criança.
Depois de alguns meses, o casal foi ao outro lado da cidade, na parte mais pobre. Entraram em contato dizendo que procuravam por uma criança meiga, sociável, brincalhona, carinhosa... e, nessa mesma hora, a criança, que era exatamente dessa maneira, acordava no mesmo orfanato, sonhando com pais meigos, sociáveis, brincalhões e carinhosos, exatamente como eles eram.

A criança então foi apresentada. Os três tiveram uma ótima relação. Mas havia um detalhe: a criança tinha 7 anos de idade, não sabia ler e nem se comportar, pois nunca teve pais para ensiná-la. O casal então disse que pensaria um pouco mais. O marido conversou com a moça sobre as dificuldades: o atraso no entendimento escolar, o possível mau comportamento, a dificuldade de reeducá-la para torná-la bem comportada... A família da moça concordava: é melhor tomar conta de uma criança desde o início da vida dela, além de que uma herança dos genes é sempre o orgulho da família, que adoção era uma coisa complicada tanto para os pais quanto para a criança aceitar... a moça continuava pensando, pensando, e a criança continuava esperando, esperando.
E então um dia a moça engravidou. Ao contrário do que vinha acontecendo antes, ela não sofreu de abortos naturais, e o bebê foi crescendo saudavelmente, até o dia em que ele nasceu e virou a alegria do casal e de toda a família.

A criança, porém continuou no orfanato, permanecendo com a memória de seus pais verdadeiros a abandonando por não terem condições de criá-la, permanecendo sem o amor e os cuidados de uma família, apenas esperando para que o casal voltasse e a adotasse.
E ela continuou esperando, esperando, e esperando... até hoje.

Porque uma vida carente que já existe vale mais a pena do que uma vida que pode vir a existir.

7 comentários:

  1. A triste verdade, tantas crianças no mundo, e querem outras, é triste mas é real.
    Blog Garotas Do Contra

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  2. Grande texto!Mariah sua entrevista ficou pronta amanha a qualquer momento irei postar ela!Fique atenta!
    Beijos,Isah

    Umdiarioconfuso.blogspot.com.br

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  3. Adorei o texto , porém eu acho (na minha humilde opinião) que ter um filho que vem de dentro de você é muito diferente, não sei explicar como , pois nunca fui mãe , mas eu com certeza adotaria uma criança, se não tivesse a possibilidade de ter um filho, e se já tivesse um filho e tivesse condições de criar outro, adotaria tb.

    http://myselfandthai.blogspot.com.br

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  4. amei o texto, vc escreve mt bem!!! isso é péssimo né: muitas crianças a esperava de um novo lar e não terem essa oportunidade principalmente crianças já crescidas. Triste realidade.
    candyces.blogpsot.com

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  5. Entrevista editada,feita e publicada com sucesso!Corra para conferir sua entrevista!Ficou ótima e já está tendo vários comentários!
    Beijos,

    Umdiarioconfuso.blogspot.com.br

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  6. Que texto lindoo
    Ah! E se poder deixar a sua marquinha lá no meu blog ficarei feliz.
    Beijinhos da Nath
    --> Clica? MundoFantásticoFeminino

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  7. Ai que lindo texto, vc q escreveu msm? mto bom, eu sou mto a favro da adoção msm pq minha vó meio q me "adotou" por vadiagem dos meus pais, hahah.
    Se Deus quiser, um dia eu me casar e td eu qro adotar uma menina de preferencia negra, pq eu acho lindaaaaa, achoq é por isso q eu fico tanto tempo fritando no sol, ao menos fica meio dourado, hahah. Acho uma atitude maravilhosa essa :)
    bj

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